Que calor infernal fazia naquela manhã! Achei um lápis de cor da Lou jogado num canto da sala e prendi o cabelo, abri as janelas da varanda e tirei a blusa. Quando Yuri voltou da padaria achou ótimo me ver só de top jogada no sofá com o ventilador em cima de mim.
- Assim você me obriga a querer que Lou tenha outro irmãozinho.
Ele estava visivelmente interessado (se é que me entende), mas eu estava com muito calor para pensar
Meu dia anterior tinha sido abarrotado de coisas, eu estava cansada demais e acabei deixando Yuri na mão. Já aquele dia estava quente demais, eu tinha a impressão de ver as ondas de calor invadir minha sala, tive a nítida impressão que algumas ondas pararam ao meu lado e ficaram ali lutando contra o ventilador.
- Aquecimento global, amor. – falei enquanto espantava aquelas ondas para longe. Yuri parecia chateado com a situação de eu estar MORRENDO de calor e sem vontade de transar com ele. Como eu estava negando aquele homem, nem eu mesma entendia. Yuri estava lindo: uma regata verde que deixava à mostra a tatuagem do braço e a do peito, uma bermuda branca meio caída e ele continuava com aquele corpitcho magrelo que eu amava e sentia o maior tesão. Mas o incomodo do calor era maior que o tesão.
- Aquecimento global é besteira, amor. Deixa eu te dar mais motivos pra ficar com calor. – ele veio me beijar e eu sai. Ele ficou puto.
- Porra, Lou, dá um tempo vai. Deixa de frescura. Que merda!
Ele tava visivelmente chateado. Eu também ficaria, mas eu entenderia a indisposição por causa do calor... Acabei tendo uma idéia fantástica: ia fazer uma matéria sobre a relação do aquecimento global e as vontades sexuais. Se havia de fato alguma relação eu não sabia, mas que estava me afetando, aah isso estava.
- Desculpa... To com muito calor, to sem vontade... – eu demonstrei minha indisposição, fiz cara de triste pela situação, mas logo mudei de expressão ao pensar em comida: - Amor, tu comprou pão doce?
- Claro que comprei, Lou! Tu vai ficar imensa. – ele foi todo ríspido, mas era compreensível.
Eu me levantei, peguei meu pão doce e me sentei novamente na frente do ventilador. Liguei a televisão e espantosamente estava passando uma reportagem sobre as calotas de gelo derretendo aos montes. Percebi que Yuri ainda estava parado olhando pra mim com aquela cara de “não acredito que ela vai mesmo fazer isso (ficar sentada assistindo TV ao invés de fazer amor com ele)”. Fingi não me importar e para completar o desgosto dele, que eu juro que não foi de propósito, pedi:
- Amor, me traz um Danoninho?
2 comentários:
homem tem dia de futebol e cerveja...
mulher tem dia de aquecimento global!!
geniaalll!!! adoro a Lou!
não tem aquecimento global certo! ;DDDD
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