segunda-feira, 30 de junho de 2014

Eu cheguei cedo em casa e fui direto pro quarto. Estava tão bagunçado quanto eu mesma.
Sentei na cama e observei todas aquelas roupas espalhadas, uma mala semi pronta, semi desfeita; Enquanto fumava um cigarro pensei porquê ainda não havia desfeito a mala, e me parece que eu ainda não quero estar aqui, me parece que eu ainda preciso ir um pouco mais e depois voltar cansada. E quem sabe realmente ver que tudo o que eu procuro está aqui, ou em mim.
Passei um tempo pensando por onde começar a arrumar o quarto, a vontade que dá é de jogar tudo pela janela, mas só de pensar no trabalho que vou ter para recolher tudo, prefiro deixar como está. A segunda vontade é de queimar, ou doar; ai o doar soa mais forte. Mas na verdade eu só preciso organizar as coisas. 
Me disseram uma vez que a bagunça externa é reflexo da bagunça interna. Caos.
Vinha no caminho pensando em fazer uma arte da qual me orgulhasse. Mas já comecei tantas coisas e nunca as terminei. Talvez eu não saiba terminar coisas, talvez eu não saiba mesmo. É, eu não sei.
Eu pensei em pintar um quadro bem da minha maneira, sem técnica, sem métrica, sem pudor. Só com amor. Mas eu não consigo me mover.
Eu precisei de mim. Quando procurei, eu não estava ali.