segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Vou te pedir pra que fique mais um pouco, pra que ria mais um pouco, pra beba mais um gole. 
Vou te pedir que me abrace de novo, me embale de novo, me beije de novo e mais um pouco.
Vou te pedir só uma tarde. Não vou pedir muito, porque não quero mais que isso. Só quero o pouco de um sorriso, de um abraço, de um beijo, de um gole.
Vou te pedir isso porque já estou indo. Estou partindo daqui e só q

uero lembranças boas.
Quero lembrar da areia, do mar, do sol nascendo, da mesa de bar, do vinho barato, do cigarro, do cinzeiro, da cara embriagada, do espelho, do banheiro, das anas, dos labirintos, das sacanagens, das semanas apertadas, dos dias monótonos, das chamadas perdidas, dos banhos demorados, dos gritos, das luzes, das pontes, dos perigos, dos manés, dos cachorros de rua, de madona, do pinto de brennand, do dedo do meio, do rio, da lama, das esculturas, dos amores, das chuvas, das vanguardas, dos casulos, das borboletas. De vocês...de você, dele, dela, daqueles.
Por isso vou te pedir mais um minuto. Preciso guardar nitidamente todos os sorrisos, o seu também e o latido daquele cachorro e o do meu cachorro também.
Quando o olho jorrar são as últimas lembranças que vão me abraçar. Não vou ter mais abraço, nem sorriso, nem vinho barato, nem boteco, nem carinho.
Por isso eu peço, beba mais um gole comigo.

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