terça-feira, 6 de novembro de 2012

Nem tudo que se expõe é bom

Eu me expus e tive medo. Pressenti. Acertei.
Desde criança resolvi não lutar contra meus pressentimentos, mas se você eu não uso a razão.
Descabeçada fui atrás, atrás, atrás... Fiquei pra trás como quem perdeu o rabo do cometa.
Descabeçada fiz a volta e fui atrás, atrás... "Dessa vez não, tenha calma que é diferente" alguém falou.
E me expus, peguei na mão e beijei na boca. Botei na mesa aquilo que sempre foi teu, só pra te dar certeza. 
Te dei.
Certeza.
Carinho.
Compreensão.
Não precisava, mas quis dar amor também.
"Contenha-se". Porra nenhuma!
Descabeçada quase dei tudo.
Era você. Descabeçada e desrazoada não me importava.
Mas quando dói a gente se importa, a gente liga e a gente quer de volta.
Porque pisou, porque magoou, porque virou a mesa e a gente quer de volta tudo aquilo que foi dado e não foi bem cuidado.
E eu me expus de novo e tomei na força. Não contra você, foi contra mim.
Tomei na força a certeza, o carinho e a porra do amor. Eu ainda compreendo você. Compreendo o mundo, por que não haveria de compreender você?
Juntei tudo de qualquer jeito e voltei de ré, olhando pra trás, esperando qualquer coisa que se espera quando se vai embora.
Não tive.
E fui deixando pra trás. Estou no meu lugar, talvez. E talvez me exponha pra você.
Nem toda arte é arte de verdade - e Duchamp que o diga!
Nem toda arte é apreciada por quem sabe apreciar uma arte que não é arte.
Como nem tudo que é arte é bom, nem tudo que se expõe é arte.
Nem tudo que se expõe é bom.

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