O frio a gravava a saudade eu sentia do Yuri. Nossa pequena Lou dormia angelicalmente naquela manhã fria de domingo.
Viagem a trabalho. Tão chato isso. Duas semanas sem ver o homem que pagou a minha passagem do ônibus e me deixou em casa sã e salva. Eu sabia que ele era pra casar.
Decidi então passar o tempo, só para variar, escrevendo. Sentei na varanda e, de frente à muitas árvores e ninhos me veio a idéia de escrever sobre a natureza, soltar meu lado ultra ecológico. Já havia escrito alguns parágrafos, quando escuto um grito.
Era Lou.
Meu Deus!

Enquanto ela tomava café da manhã, eu fiquei sentada na varanda pensando sobre o meu amor pela natureza. Percebi que agi mal matando duas rãs só para minha filha não ficar gritando, matei dois seres inocentes e indefesos. Já estava na sétima folha só escrevendo sobre rãs e maldades e coisas do gênero.
Rasguei tudo.
Natureza... amo muito, mas não nasci com o dom de realmente aceitar tudo. Deixei isso para a inocência da minha filha que mostrou um desenho lindo: ela abraçada com duas rãs.
Se o Yuri estivesse em casa, as rãs não teriam morrido, mas quem mandou escolher a hora errada.
Descobri que não amo rãs.

Lou sim, descobriu que ama muito as árvores, pássaros e rãs. Ela ama muito as rãs.
2 comentários:
Você esqueceu de falar o motivo pelo qual as matou: nós, mães, estamos dispostas à matar qualquer um que provoque um gemido sequer de nossos filhos.
Lindo, sensível, amável...estás de volta, por fim!
POOOOOOOOOBREEES RÃÃÃS
elas nao fazem nada de ruiiim
só é nojeentaa :S
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