domingo, 24 de agosto de 2014

Dor-ida

"Que saudade louca de você, meu bem"
Há dias estou com isso na cabeça, e sempre que escuto quero chorar, e sempre que canto quero chorar também.
A saudade é algo muito doido, muito doído, dolorido...
É uma dor indo
Vindo
Ficando
Expandindo
Nunca encolhe. Nunca.
É uma coisa que não tem sentido, é algo que rouba teu sorriso e te deixa com um riso amarelado de canto de boca.
Você dorme, acorda, se embriaga e ela ainda ta lá
Não importa o que você tem, quantos amigos te rodeiam, quantas luas cheias você já contou
Ela insiste 
E perdura. Dura. 
É muito dura essa danada!
É você querer deitar a cabeça naquele colo, beijar aquela boca e ligar pra aquele número
Que por sinal, você nunca esqueceu.
É você sorrir quando lembra das coisas boas, e chorar quando lembra da separação. 
É querer perdoar e se lançar de novo.
É...
Você anda pelas ruas e seus olhos correm mais que suas pernas, eles batem todos os cantos
Olha com minuncia cada cabelo parecido, cada roupa...
Então vê que não está lá
E finca mais fundo a saudade
Da voz, do cheiro, do toque
Aaah, a saudade é foda!
Quem nunca sentiu saudade não sabe do que estou falando.
Ela vai gestando que nem uma criança, quando se toca a barriga ta enorme
Só que não traz felicidade. É um aborto.
É um soco no estomago
Um murro no nariz
Um muro bem alto
Que você não consegue derrubar
As outras pessoas não sabem da sua saudade...
"Eu não atenderia, se eu fosse você"
E não é! E eu atendo
Mas o telefone nunca mais tocou
Mandei que sumisse
Mas que se foda! 
Agora pode voltar, se quiser.
E eu sei que quer...
Porque eu descobri o meu sossego e minha paz
E não dependem de você.
Mas essas saudade não precisa mais existir.
Poder ser uma dor-ida embora.
Sem passagem de...
Volta.

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