quinta-feira, 25 de abril de 2013

A primeira dor de 2013

De tempos em tempo ela vinha, passava um tempo incomodando e depois ia embora. Como um primo chato que não quer nada com a vida e só faz ocupar espaço, assim era ela.
Algumas vezes passa muitos meses sem dar notícia que nem parente distante, mas quando vem parece tia chata - ocupa todo os espaços, te deixa com quase nada, te ocupa com porcaria e só fala merda. 
Não pedi pra que viesse, já pedi pra não voltasse mais, que me deixasse viver em paz, ou finalmente viver. De repente ela me mostra que não passo de um pedaço de carne que ocupa espaço e não faz nada; uma completa inútil. Mas com que vontade? Que força? "Mas você tem que ter força". Tão fácil falar, eu me digo isso todas as manhãs quando a unica vontade é de ficar na cama e não acordar mais. Desejando algo assim não pecaminoso me sinto um verme e um covarde. Sem coragem pra viver, sem coragem pra morrer, com preguiça da respiração, com medo do vento na janela. Ridícula! 
Sempre passou, sempre vai embora, sempre resisti a ela. Estou só esperando, apesar de inchada, apenas esperando que se vá. 
Estou tentando não ser tão desinteressante.

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